BEM-VINDOS, TIJOLINHOS!

Vamos construir juntos esse espaço de convivência e troca de figurinhas sobre artesanato, cinema, livros, decoração, filhos, jardinagem, horticultura e tudo mais de bom que possa surgir!


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Nem Noé, nem São Francisco...

Minha história com bichos é bem diversificada. Meus pais contam do cachorrinho que tinham antes que eu nascesse... Já vi umas fotos da mamãe grávida de mim com ele no colo. Era um viralatinha simpático de nome Black (por razões óbvias). Pois o pobrezinho acabou morrendo por minha culpa(mais um trauma na minha coleção). Com o meu nascimento, ele teve menos liberdade dentro de casa e acabou ficando muito tempo preso no quintal, daí que uivava por demasiado e um vizinho incomodado(e malvado)atirou por sobre o muro uma bola de carne com cacos de vidro e o resto da tragédia nem preciso contar... Sou a primogênita de cinco irmãos e nunca mais tivemos bichos de estimação oficiais, só os gatinhos que eu teimosamente adotava por períodos curtos(até minha avó intolerante a animais dar um fim nos pobrezinhos).
Quando eu tinha por volta de dezesseis anos, meu ex-namoradinho de adolescência apareceu em casa lá pela época do meu niver com um filhotinho de cachorro, uma fêmea pretinha, mestiça de pequinês e SRD sem me consultar nem nada. Claaaaro que aceitei, e ninguém lá em casa reclamou devido à formalidade do presente, numa cestinha cheia de lacinhos e tudo o mais... Foi uma experiência bem amadora, pois eu não tinha prática nenhuma, mimei a bichinha demais e não sabia cuidar dela direito em todos os aspectos imagináveis. Na primeira noite dormi com ela no escritório, eu na rede, ela no chão, chorando de saudade da família, imagino. Mas nunca fugi da raia, limpei todas as suas caquinhas, todos os vômitos, catei muito carrapato e aparei muito pêlo. Os momentos mais emocionantes eram quando ela perseguia certas ratazanas que por vezes apareciam lá em casa. A gente trancava ela no banheiro com o bicho e só escutava os sons de luta do lado de fora, todos alvoroçados e excitadíssimos esperando pela matança do bicho nojento sem se tocar a quantas doenças estávamos expondo a pobrezinha... Parênteses: o nome. Edlena é meu nome, Ricardo é o nome do ex-namorado. Nesse tempo eu ainda não havia conhecido o digníssimo Di, o maridex. Então o nome mais lógico para o filhotinho dado pelo ex foi a junção de nossos nomes em memória da relação que se fora: a RICALENA foi assim batizada, e ninguém teve coragem de dizer nada em contrário(já contei que sou muito susceptível e choro por qualquer coisa?). No fim pra facilitar, era Rica pra lá, Rica pra cá, mais fácil de chamar sem passar muita vergonha. Pois a Rica sobreviveu à minha pet-incompetência, à parvovirose, ao divórcio dos meus pais, às minhas diversas mudanças e às dietas malucas que eu infligia à pobre. Numa época que morei com um tio, até farinha láctea deixava pra ela comer por não termos condições de comprar nada específico pra ela nem eu sabia cozinhar lhufas... Lembro de um dia que levei ela pra passear(coisa rara): a bichinha se emocionou tanto com a saída que fazia xixi pelo caminho todo! De repente senti uma presença estranha atrás de mim e deparei com um cachorrão imenso meio hipnotizado nos seguindo, depois mais um, depois outro, e tive que voltar rapidinho pra casa, eu e a donzela que estava exalando feromônios para todos os lados. Terminou que fui morar com minha mãe no antigo apê da família e ela ficou com meu pai na casa alugada por um tempo, por questões de espaço, depois foi pra casa da minha avó que tem um quintalzão bacana e lá ela seria mais útil como cão de guarda. Foi lá que Rica, Rica de marré perdeu a virgindade e teve inúmeros cachorrinhos, todos filhotes dos viralatas da redondeza... O curioso, e foi aí que pude perceber a questão da FIDELIDADE canina, era que eu era a única que ela permitia que chegasse perto dela quando ela dava cria, mesmo não morando mais na mesma casa. Ricalena se foi como Ulisses Guimarães: em meio a todos os prognósticos imagináveis (atropelamento, sequestro, torturas vis - no caso dela - Dr. Ulisses presumiu-se algo entre traumatismo e afogamento) o corpo nunca apareceu. Então dá até pra sonhar com ela como a Baleia de Vidas Secas, feliz num céu de preás (ou ratazanas), ou tendo sido adotada por alguém mais capacitado...
Algum tempo depois, já namorando o hoje maridex, dei pra ele de presente um peixe beta num lindo aquário redondo (sou chic ou não sou?). Tentativa desesperada de fazer dele responsável por um ser vivo, me enxerindo sutilmente no ambiente, com a desculpa de alimentar o bichinho quando ele viajava... Acabou que levei o beta ao suicídio, pois no momento de limpar o aquário
o coloquei num copo dágua e fui fazer alguma coisa em outro cômodo e ao voltar ele já estava agonizando no chão. Tentei com outro, mais já estava marcada com a letra da tragédia e nem lembro o que aconteceu com esse... Xá pra lá.
Depois de casada, morei em apartamento por uns bons oito anos, onde nesse meio tempo tive meus filhos e adotamos uns jabutizinhos originários do sudoeste baiano, muito comuns nas residências de parentes do maridex. Eles viviam no peitoril da janela da sala que dava para o Parque Ecológico da cidade(vista boa, mas mosquito que nem presta) andando de um lado pro outro, numa rotina nada estimulante. Cresceram e ficou complicado ficar no mesmo local sem despencar no pé de alguém ou derrubar alguma necessidade nos vizinhos incautos, de forma que foram doados à minha ex-professora de teatro, que adorou!
Quando enfim compramos a casa em que moramos hoje, que foi idealizada como o local onde poderíamos criar os bichos soltos (não, Tambaba não é aqui), fizemos a salada quase total: começou com um casal de coelhinhos dados pela minha mãe aos meus filhos. Muito fofinhos, só que um mancava de uma perninha. Maridex fez tala com palito de picolé, imobilizou a patinha da coelha e ela realmente sarou, ficou perfeita. Chamamos o macho de Rony e a fêmea de Lisa (escolha dos meninos). Pois um belo dia o Rony quis "carcar" a Lisa e eu fiquei passada! Minha ingenuidade não concebeu tal atitude incestuosa... Tentei prender ele na casinha do gás pra ele aquietar o facho e o tarado se espremeu por entre as grades e ficou entalado! Eu fiquei horrorizada, pois era uma grade estreita e ele ficou com os olhos estufados como no desenhos animados! Já estava quase acionando os bombeiros quando ele se desentalou sozinho e com todo o gás foi atrás da Lisa novamente. Resumindo: diversas ninhadas depois, chegamos a ter mais de VINTE coelhos em casa. Di chegou a comprar uma gaiola-condomínio de quatro andares(que originalmente acomodava codornas)e não sei como mantíamos limpo tudo isso, diariamentementemente... No começo as crianças ajudavam, mas depois foram ficando cada vez mais mal-humoradas e eu cada vez mais intolerante com as moscas e com o cheiro. Chegamos a trocar filhotes por ração nas pet-shops e alguns foram doados com outros fins que podem chocar os mais sensíveis, mas terminamos HOJE só com a derradeira, a Holly(o nome se deve a um defeito em sua orelha que lembrava a mordida do Tyson no Hollyfield) e os dois gatos, Teco e Espeto.
Ah, houve o causo do iguana que apareceu do nada no quintal, quase me matando do coração... Depois do chilique típico, me acostumei com aquela criatura quase estática emaranhada na parreira, que quando resolvia se locomover, dava chicotadas com sua cauda imensa fazendo ploft-ploft. Do quintal foi parar no jardim, e depois de uns dois dias já havíamos batizado a figura de Tchub-tchub. Oferecemos banana, outras frutas e tals mas ele nem tchuns. Um dia ele sumiu do jeito que apareceu - misteriosamente. Não sem despertar curiosidade e cobiça nos vizinhos. Depois começamos a ver que aqui pelo nosso "interior" eles não são assim tão raros, pois ainda existem muitos terrenos remanescentes de antigos sítios da região que abrigam soins(ou micos), cobras e diversos bichinhos silvestres. Se o IBAMA permitisse, eu tenho um sonho de infância ainda não realizado: ter um papagaio. Ok, prender aves é feio, muito feio... Mas eu adorava a Rosa, a papagaia de uma amiga. Ela imitava perfeitamente a voz dela, a risada, e ainda pedia café! Será que contei tudo? Depois retorno a esse tema com maiores detalhes!

Espeto em um momento zen-vergonha... Folgado que só ele!

2 comentários:

David Ramos disse...

Ed.. pelo visto vc tambem é chegado em um mini zoologigo.. Qdo meus filhos eram pequenos.. eu morava em apartamento.. e tinha 1 papagaio, 1 arara anã, 2 calopsitas, 2 agaponis, 2 lagostas, 2 tartarugas, 2 japotis, 2 cadelas e os 3 filhos.... tudo no apartamento... e uma empregada que so faltava babar de louca!
Hoje sou mais comportado, só tenho 3 gatos... Mas o companheiro quer mais uns gatos... eu tento não ouvir, finjo que não é comigo...

Beijos Edlene

David Ramos disse...

Nossa to te chamando de Edlene.. e é Edlena... desculpaaaaa

Beijos Edlena!!! fica valendo por todos as vezes que errei!