...vira cangalha! Pra quem não conhece, é uma espécie de forquilha de madeira que se encaixa(maneira de dizer) no lombo do boi de carga para acondicionar a dita cuja.
Pois bem, há quem faça móveis com elas, como este aqui da foto. Esse banco é parte de um conjunto de três, sendo os outros dois, menores. Originalmente o assento era de corda enrolada em toda a extensão "bundal". Resgatei-os do quintal da casa da vovó, onde estavam meio abandonados, expostos ao tempo e aos cupins. Pintei-os inicialmente de amarelo, hoje estão com a cor tabaco e ficavam na varanda de casa. Minha cama box não tem cabeceira e o colchão superior é danado pra deslizar de um lado para o outro, independente de atividades conjugais mais afoitas (eita!). No meio de arrumações e encaixes de móveis em lugares diferentes, achei de colocar o banco na frente da cama, de maneira a facilitar na hora de calçar sapatos. Ficou bem prático, apesar dos estilos e cores chocarem-se um pouco... Quem acompanha minhas fotos por aqui, já viu uma certa cabeceira preta... Pois o segredo será revelado, o pano vai cair! Literalmente, devo dizer.
Munida de telas com moldura de madeira próprias para janelas, improvisei uma cabeceira e recobri com um fofo edredon preto para harmonizar com o restante da decoração do quarto. Fiz quase um origami de edredon atrás da cama pra ficar tudo bonitinho e não aparente. Ninguém desconfiou e foi o maior sucesso enquanto durou. Teve um episódio de um pé de sapato desaparecido que surgiu em meio a uma faxina, mas tudo bem. Eis que em meio a uma faxina BRABA, em que uma ajudante veio me salvar dos caos em que estava submersa, a notícia: Meu edredon estava sendo COMIDO pela umidade no pé da parede(rodapé para os chiques). Fiquei passada e pensei em como faria pra salvar o forro do infeliz, que ainda está 90% utilizável. Hei de inventar algum remendo, e também nunca mais bolar essas idéias nessa parede fajuta, a única de todo o condomínio que é partilhada com um vizinho(escuto quando batem bolo, picam verduras ou batem boca, infelizmente). Eu e maridex temos que criar códigos para os momentos de prazer, para que não diminua(ou aumente) o apetite dos que estão na cozinha da casa ao lado! Poodeee?
Esse pau torto aí já é baseado em esperança. Esperança de comer mamão produzido em casa, sem agrotóxicos. Para tanto não ligamos para o pezinho enxerido que brotou num lugar tão improvável, onde bate sol mais pelo meio-dia e atravancando a visão da minha fonte de leão da Metro. Tudo para que a natureza siga seu curso. Mesmo que seja torto.