
People, que saudade de todos!
Alguém que já quis ser jornalista, escritora e tals, deveria escrever diariamente! Sou um fiasco, como diria a Cíntia... O fato é que estou abarrotada de fotos legais da viagem e eventos recentes, mas estão presas no note do marido! E ainda por cima o cabo da câmera sumiu!!! Mas nada de pânico, desculpem nossos problemas técnicos, estamos trabalhando para minimizar todo o incômodo...
Já contei que minha arrumadeira de anos se aposentou, né? Pois estou com uma pessoa quebrando o galho que já me encheu de angústia: marido preso, risco de perder as filhas num doloroso processo de pedofilia, por aí. O mundo tem dessas coisas, por mais que se tente fugir delas. E já envelheci uns cinco anos no processo de "abarcar" todo o trabalho de arrumação e conservação da casa. Só lembro daquela frase: "Agora é que sinto a dor de uma saudade..." Minha ajudante fazia tudo. Não que eu obrigasse, explorasse. Era o ritmo dela. Ela também é mãe, esposa e tem uma casa, mesmo que pequena. Ela sabe fazer o tempo trabalhar a seu favor. E é alto astral, não é do tipo cara amarrada ou que fica se lamentando. Lavava, passava, cozinhava e quando meus filhos eram pequenos, já dormiu aqui em casa pra que eu e maridex pudéssemos dar uma passeadinha pra namorar. Morava longe, numa cidade-dormitório vizinha, ou seja, acordava muito cedo pra apanhar condução e muitas vezes não conseguia lugar sentado para enfrentar a longa distância. Começou a sentir dores no braço, depois nas pernas, sofria de pressão alta e no meio disso tudo perdeu a filha de 14 anos para uma leucemia. Ela nesse períodos mais "brabos" da vida fez umas pausas no trabalho. Eu respeitei seu luto, suas dores e cansaço e me virei como pude. Ela sempre voltava, porque precisava pagar suas contas e acredito que também pela necessidade de conviver com um mundo um pouco menos sofrido que o dela. Seu primeiro marido era alcoólatra, não ajudava nas prestações da casa e ameaçava o filho mais velho. Ela então dividiu a casa em que moravam em duas para poder ter mais tranquilidade num espaço dela e dos filhos. Chegou a morar em outro bairro, mas aí foi ele que adoeceu de saudade e depois de um câncer que o levou em pouco tempo. E ela ficou com ele até o fim. Ela já anunciava que ia encerrar suas atividades, mas sempre tinha um dia pra salvar a mim, um de meus irmãos ou minha mãe do sufoco. Aí vieram os miomas e não deu mais, ela começou a sangrar direto e precisou fazer uma cirurgia de emergência que a deixou de molho por um bom tempo. Aí, c'est fini, já era e hoje ela já tem um novo marido e cuida só da casinha dela, o que é bem merecido... mas ficaram nós, os órfãos de sua agilidade e maestria em deixar apresentável e cheirosa uma casa de 3 quartos e 4 banheiros com 2 adultos e 2 adolescentes fazendo e acontecendo. Hoje vou me virando, tentando obter mais colaboração dos filhos e marido no processo, mas foi um período muito longo de mordomia... O negócio é ter fé e torcer pra saúde dar conta do rojão!
A você, Marlene, nosso anjo na terra por tantos preciosos anos, por sua tranquilidade, seu sorriso e suas palavras carinhosas, nosso MUITO OBRIGADO.