BEM-VINDOS, TIJOLINHOS!

Vamos construir juntos esse espaço de convivência e troca de figurinhas sobre artesanato, cinema, livros, decoração, filhos, jardinagem, horticultura e tudo mais de bom que possa surgir!


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Enfeitando e recriando!

Como muitas queridas blogueiras de quem tenho lido relatos, optei por não gastar nada em decoração natalina. Tenho enfeites juntados ao longo de anos e anos, presentes fofos que mesmo velhinhos eu reciclo, e o melhor: a mãe natureza que fornece belezas mesmo em meio ao seu deterioramento. Comigo é assim, nada se perde! Ainda não montei a árvore, estou em dúvida sobre o local e se utilizo a artificial enorme que possuo ou se customizo um galho grande que já havia sido utilizado no Halloween. Por enquanto, são esses os meus enfeites: simples, discretos e rústicos.

Guirlanda feita a partir de um bastidor de madeira que eu já tinha, com o acréscimo de ramos de uma tuia que achei jogada numa calçada. A pobrezinha estava verde ainda mas foi cortada antes da raiz, de forma que não pude salvá-la. Prestei minha homenagem a ela enfeitando a porta da frente, e ainda colei aquelas sementinhas vermelhas que por aqui são erroneamente atribuídas à árvore do pau-brasil.


Mais um bastidor, esse é menor. Colei pregadores de madeira neles e estão aptos a servir de porta-recados, porta-fotos, o que a imaginação mandar! Recortei círculos e estrelas para conferir alegria natalina à porta do meu "entulier". Breve posto imagens dele, já está caminhando para ficar apresentável!


Capitão Virgulino e Maria Bonita não estão com pinta de natal? Eu sei que eles representam o cangaço, mas as cores estão pedindo para serem incluídos nessa postagem! Pode-se dizer que representam os donos da casa, dois faz-tudo muito arretados! Foram mimos de um grande amigo, e ambos têm um ar bem inocente nessa versão, não acham?

Pra não dizer que faltaram "ícones" natalinos, este enfeite divertido ganhei de aniversário e apesar de não morarmos no Pólo Norte, remete a brincadeiras de criança e futuramente pode vir a ser customizado para outras datas festivas. :)

Por enquanto é só, se baixar o bichinho e eu enfeitar mais a casa, faço um novo post. Continuarei pesquisando mais novidades decorativas pela blogosfera!

Beijos

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Coisas da minha terra




Apesar da fase em que fui uma criança com frescuras com certos alimentos, hoje graças à convivência com os hábitos simples no comer, adquiri o prazer em degustar os sabores dos alimentos típicos do Nordeste, dos mais rústicos, por assim dizer, aos mais sofisticados, para os padrões de hoje. Vamos falar dos rústicos: posso chocar muita gente, mas, considerando que não é comida de todo dia, até por questão de saúde, eu admito que adoro um bom prato de panelada, buchada, sarapatel, enfim... miúdos! 



 
Com uma pimentinha, um pouco de arroz e farinha... muito cheiro-verde... DELÍCIA! Reza a lenda que meu pai me levava em criança a um mercado bem popular daqui de Fortaleza aos domingos, tipo feirão de hortifruit, de um tudo, e certa hora, a da merenda, me botava pra tomar caldo de mocotó e tripa de porco frita. Também acompanhava meus pais em suas incursões gastronômicas no famoso "Pombo Cheio" que é o que o nome diz: um lugar onde o prato principal eram pombos recheados, se bem me lembro, com a típica farofinha dos miúdos do bichinho. 
Como moro numa cidade litorânea, inevitável falar dos pratos à base de frutos do mar... Tinha o peixe assado básico, com bastante tomate, cebola e farofa acompanhando, e claro, o baião de dois com queijo coalho, verdadeiro must. Às vezes rolava um camarãozinho, mas éramos muitas crianças e não dava pra satisfazer tanta gente com essa iguaria com frequencia! Ah, os caranguejos... Sessão lambança total! Meu pai ter me ensinado a comer, de forma a não desperdiçar nada, foi crucial para os momentos pantagruélicos da infância, rs. Era um chupa-chupa medonho, barulhos jamais aceitáveis numa atmosfera mais elegante, hehehe. Ficávamos todos imundos com o caldinho marrom (lembram que caranguejo vem do mangue?) e tínhamos que tomar uma super chuveirada pra poder entrar no carro depois dessa farra. Hoje em dia os caranguejos são todos depiladinhos e o caldo é clarinho, com bastante leite de coco e coentro, com direito a molhinho de pimenta verde acompanhando. 



 
No começo do namoro com o maridão, frequentávamos lanchonetes mas tínhamos os momentos de glamour em churrascarias da moda e restaurantes típicos de outras culturas, como italianos, alemães e mesmo um bom mineiro pra botar o colesterol lá no alto. Mas eu me acabava mesmo era nas moquecas, bobós e acarajés que ele me apresentou... Hoje faço um bom vatapá, graças à influência baiana deste lado da família. Ele por sua vez é um rapaz do interior e lá no sertão todos se acostumaram a comer palma (tipo de cacto também dado como alimento ao gado) picadinho e refogado. Por lá come-se também muito bode (gostoso e tem menos colesterol que o carneiro, que no Ceará é o que impera) e traíra, peixe de rio com muuuuuita espinha, mas muito saboroso fritinho. 
Voltando à Fortaleza, já comi lagosta de todo jeito, mas o melhor com certeza foi aquela pescada na hora, cozida só na água e sal, devorada só com algumas gotinhas de limão, na casa de praia, todo mundo ardido de sol... Sinto um pouco de saudade dos camarões e patinhas de caranguejo à milanesa do BNB Clube, nas noites de tertúlia em que via minha mãe dar suas piruetas na pista de dança e ninguém queria me tirar, pois tenho dois pés esquerdos... mas só pra dançar junto! 

 
 


Hoje em dia, me dedico a manter nossas tradições alimentares vivas e tento abrir as cabeças dos outros membros da família em prol dos prazeres das outras mesas do mundo... pois ainda quero ir mais longe, experimentar mais em mais sabores!

 Domingo não pode faltar no café da manhã, marido exige!Acompanham ovos fritos e queijo coalho assado.

 Minha infância não teria sido a mesma sem siriguelas, vivia encarapitada em cima do pé! Os dentes ficavam sensíveis de tanto que eu devorava as "de vez", nem verdes nem maduras. Também tinham as goiabas, azeitonas roxas, cajaranas e romãs, tudo do quintal da vó Geralda!


Pois é, eu comecei a fazer esse post há vários dias e devia ter ficado com fome e muito ocupada, pois não o concluí e agora revendo as imagens penso que minhas memórias de comida dão muitos, muitos posts. Teria que falar dos quitutes de avós, das especialidades da minha mãe, das minhas primeiras incursões na cozinha, ou seja, um livro! Mas pude aqui fazer esse breve relato das preferências de pratos regionais e algumas memórias gostosas...


Recordar é viver, como se diz. E assim vou vivendo, com sabor e amor!