O terceiro dia era para descansar da correria do anterior. Ônibus na porta do hotel, pacote comprado na véspera. Depois soube que tudo podia ser feito via hotel: reserva de restaurante, de confeitaria, de show, de tudo. O passeio incluía city tour by bus, catamarã pelo rio Tigre, trem até San Isidro e a volta até o Obelisco. Nossa guia, jovem e simpática, NÃO FALAVA PORTUGUÊS, só inglês e espanhol, É FISK! Tudo bem, pensei. Mas ficava com aquele complexo de perseguição por ser brasileira... Passamos por outros hotéis apanhando mais gente para o passeio. Muitos gaúchos, percebia-se pelas térmicas com chimarrão.
Ainda paramos próximo à flor de Palermo para uma convenção de ônibus de turismo, alguma esquema organizacional deles. A guia apontava locais, monumentos, conversava sobre a história do lugar, brincava um pouco como de é praxe entre os guias.
Chegando à cidade de Tigre, embarcamos num catamarã de dois andares e pudemos apreciar a paisagem da cidade de veraneio, repleta de residências estilosas e clubes, todos voltados para a prática de esportes aquáticos.
Próxima etapa, o trem. Grande decepção. Tinha ouvido falar em passeio histórico, algo assim. Vimos somente os fundos das casas dos veranistas, muito mato e nada de explicações de nossa guia... Enfim, ao menos éramos levados, não andávamos.
Trem melhor que o de Maracanaú, claro. Chegada, San Isidro. Estação bonitinha, estilo meio alemão. Lojinhas, restaurantes, nada especial.
A guia falou em meia hora até a partida. Nos preocupamos em comer, e rápido. Acabamos traçando hambúrgueres de llomito (filé) e gaseosas, morrendo de medo de nos atrasarmos e perdermos o ônibus. Foi aí que entrou a ignorância de castellano... A guia havia mencionado uma catedral, mas não absorvi as demais informações: defronte à estação em que estávamos nos entupindo de pão e carne, rolava uma feirinha de antiguidades e, escondida atrás de densa vegetação, havia uma bela catedral, na subida de um morro. Podia ter deixado o rango pra lá e ter ido explorar isso...
Ainda subi às pressas e dei uma vislumbrada no local, com barraquinhas com artesanato em pedra, porcelanas centenárias e outras preciosidades. Danada com a buzina do ônibus, me conformei e partimos de volta ao que pensei que seria o hotel, mas nos deixaram somente no Obelisco, a uns dois quarteirões. O tempo fechou e veio a chuva, pra completar. Nos abrigamos no MacDonald's e tomamos sorvete enquanto o temporal troava. Após um breve descanso no hotel, partimos só eu e Di para um rolé nas proximidades. Os famosos cartões postais: Casa Rosada, Plaza de Mayo, Café Tortoni...
Después nos arrumamos para a ida a San Telmo, local famoso pela feira de antiguidades e pela boemia. A falta de entusiasmo da filha adolescente levou a um atraso fatal que impossibilitou a visita à feira, que se encerrou antes que chegássemos.
Nos restou contemplar os frequentadores dançando tango na praça, mas sem salamaleques ou arroubos sensuais: o tango de raiz, poderia-se dizer. Aquele ambiente noir velha-guarda, mesclado com jovens hippies embebedando-se (a tchurma lá curte sair com garrafonas de cerveja, vinho ou refri e se instalar nos points, nada charmoso). A pergunta soa: "Onde comer?" Nos viramos pro primeiro lugar próximo à praça, por fora até atraente, mas meio derrubado por dentro. Já enjoada de tanta carne, arrisquei um ravióli de salmão com molho de mariscos, que estava uma delícia(pena a porção minúscula). Por lá experimentamos também as muriçocas portenhas, bem famintas... Caminhamos um pouco atrás de um táxi e deixamos a meninada no hotel para dar mais um rolé na night sem olhares de tédio e reclamações.
Até a próxima, hermanos!
Um comentário:
Ed,
amei a sua foto olhando pra Ceci...ficou tão cute cute! Merecia um porta-retrato! As imagens da viagem são lindas...pelo q te conheço imagino o quanto vc admirou essas lindas paisagens!
Bj
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