quarta-feira, 10 de março de 2010
A Cleópatra o que é de Cleópatra
Assisti em algum programa norte-americano ou li em algum lugar, não recordo, sobre uma celebridade que comentava detalhes sobre a vida pós-matrimônio. Ela enfatizava aspectos sobre papéis a serem desempenhados, e dirigindo-se às mulheres em geral, alertou: "NUNCA LEVEM O LIXO PRA FORA! " É mais ou menos assim: se você cumprir alguma tarefa específica, ficará condenada, o parceiro jamais se prestará a realizá-la e pode vir depois com o papo que você faz melhor, tem mais jeito, algo que já comentei por aqui. A celebridade era uma comediante e em geral falam fazendo piada de tudo, mas... tem um fundo de verdade nessa gracinha.
O amor é lindo e durante o namoro, se você não for uma patricinha total, berço de ouro e tal, se dispõe a brincar de casinha com o namorado. Compra objetos de decoração para o apartamento clean do amado, aparece com um peixinho num aquário para encher de vida o local, ensaia os primeiros quitutes para surpreendê-lo, rindo juntos os dois se queimou ou ficou salgado (love total). Num dia de tédio em que você está sem nada pra fazer, de bobeira cuidando do apê do boy que está viajando e vive bagunçado (faxineira uma vez na semana), você resolve fazer uma boa ação e arrumar a papelada dele (tadinho, trabalha tanto, não tem tempo nem cabeça). Se mete então a arquivista, compra fichários e aí vira oficialmente a secretária para esses assuntos organizacionais. Depois de anos de namoro e casamento, a bagunça não muda, mas a disposição dela sim... Primeiro: desiste de tentar entender as mil formas de classificar documentos. Segundo: por mais que tente expurgar o desnecessário, desiste depois que um dia sumiu um papel que foi depois procurado pelo adorado no meio de um ataque de nervos, com direito a chutes em gavetas e com aquele comentário que mata:"Eu tinha deixado isso bem aqui e tiraram do lugar!" Compreendam "bem aqui" como no topo de uma pilha de documentos aleatórios... E o tiraram, pois é, é você mesma, a terrível causadora do conflito por ter um dia se metido na bagunça alheia. Em defesa do querido, ela entende que todos temos direito a nossas bagunças privativas. Mas convivendo no mesmo espaço abajures craft e partes de carburadores, surge um momento de revolta, principalmente quando as sutis mensagens subliminares não são compreendidas (você joga tudo numa caixa e despeja no sótão, sem aviso). A mãe já a havia avisado: "Não pergunte, dê um fim na tralha e ponto final!" Mas ela é uma romântica e também gosta de guardar recuerdos, mas do tipo mais sentimental que burocrático, em caixas específicas para tal, com etiquetas, por ordem de datas, com comentários escritos no verso... Por isso ela ainda pede, de vez em quando, que ele se interesse pelos próprios comprovantes de vida e de trabalho, já que no final, ele é o especialista naquilo e sabe mais que ninguém o que merece ficar e o que deve ir pra reciclagem, sem comprometer o visual do quarto de dormir. O recado foi dado, garotas: cuidado com os primeiros gestos de boa-vontade! Acordos bem estabelecidos desde o princípio e ninguém poderá abrir a boca pra dizer que foi explorado ou coagido. E com licença, lá vou eu de volta aos arquivos X, Y, Z...
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